Para Dom Geraldo Majella Papa será um "guardião da fé"

SALVADOR, 21 de abr de 2005 às 17:02

Dom Geraldo Majella Agnelo, Cardeal e arcebispo primaz do Brasil, declarou em entrevista concedida por telefone à TV Bahia, no final da manhã de ontem, acreditar que o papa  Joseph Ratzinger, irá trazer grandes contribuições teóricas e sociais para toda a humanidade.

Segundo Dom Geraldo, Bento XVI deve dar continuidade ao pontificado de João Paulo II, a quem serviu com proximidade nos últimos anos.  O Cardeal disse que até então tinha tido dois contatos com o novo papa. O primeiro, pouco antes da divulgação para o mundo da escolha da cúpula da Igreja - quando ele pediu a bênção para a diocese baiana - e no café da manhã de ontem.

Para o cardeal baiano, o trabalho de Joseph Ratzinger à frente da Igreja Católica será duro, porém sereno. "Ele é conservador, enquanto deve ser o guarda da fé, no sentido de preservar o tesouro da revelação. Agora, por outro lado, ele tem de saber onde está o homem a quem é destinado o Evangelho", disse.

Dom Geraldo fez questão de destacar a grande capacidade filosófica de Bento XVI e afirmou que não tem receio do perfil conservador de Bento XVI. "Não podemos pensar que ele é conservador levando em conta apenas a parte doutrinária, porque ele conhece o seu rebanho e está atento à parte social", argumenta.

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)  apontou como o momento de mais alta emoção quando Joseph Ratzinger confirmou seu desejo de ser papa. "Ele confirmou dizendo que se apegava na graça de Deus e aquilo nos tocou profundamente". O cardeal explicou que ainda não há previsão para que o novo papa visite o Brasil. Dom Geraldo deve retornar ao Brasil no final de semana, logo após a missa de coroação do novo papa.